Esta semana estivemos à conversa com o icónico Prince Wadada. Descobre tudo na entrevista abaixo.
Tens uma carreira já longa, mas para aqueles leitores que talvez te sigam há menos tempo, queríamos saber um pouco como foi o começo?
Comecei em Luanda, muito novo ainda, através da música de Bob Marley. Tinha um pequeno soundsystem no sexto andar de um prédio na avenida Brasil. Juntava-me com amigos e fazíamos a nossa festa. Quando dei por mim já estava completamente viciado no Reggae, logo de seguida conheci o Dancehall e experimentei cantar.
Como era o panorama do reggae nacional na altura versus actualmente?
Eu vim para Portugal em 1999 mesmo no final do ano. Havia festas pontuais muito bem organizadas pelo o pessoal do Raska, Fankambareggae, Papa Paulo do Algarve e Bob Figurante no Porto. Em 2004 deu um Boom no movimento de Selectas e novas bandas com impulso dos eventos da Positive Vibes. Actualmente a moda é outra e só prevaleceram os guerreiros.
Ao longo destes anos, que momentos guardas com mais carinho?
Tive muitos bons momento, toquei em muitos festivais dentro e fora de Portugal. Gravei discos e conheci muita gente que até hoje fazem parte do grupo de amizadades. Conheci artista que adorava as suas músicas desde os meus primeiros passos no Reggae.
Como vês o futuro do reggae em Portugal?
Acho que será brilhante, a qualidade das novas produções tem-me surpreendido, os executantes das músicas cresceram imenso. Aqui se faz Reggae que não fica atrás do que se faz em outras paragens.
De que forma a pandemia afectou o teu trabalho?
Completamente. Fomos os primeiros a parar e já percebi que seremos os últimos a recomeçar.
Em que projectos tens focado mais a tua atenção de momento?
Tenho produzido muito pouco, vou trabalhando de motorista de Uber para segurar as contas. Muito pontualmente tenho trabalhado com outros produtores e músicos de Angola e Portugal. Gravei com a Da Lion Production, Orlando Santos e Kizua Gurgel.
E o que podemos esperar para 2022?
Espero mais lá para o Verão voltar aos meus lançamentos de singles via plataformas digitais e tocar com o meu projecto de música electrónica com o Milton Gulli e o Renato Chantre, que se chama Makafula.
Tens uma mensagem para os nossos leitores?
Desejo a todos um bom ano sem pandemia para que nós os artistas do estilo, e não só, possamos voltar a fazer o que mais gostamos, que é o entretenimento puro.