A Selajahfary esteve à conversa com o artista português Joydan sobre o seu novo álbum, a pandemia e o futuro. “2050” é agora apresentado ao vivo, depois de muitos meses de espera devido às restrições dos concertos ao vivo.
O concerto acontece amanhã, dia 12 de Novembro na Criarte, em Carcavelos.
Em que contexto surge este “2050”?
O “2050” foi um processo de aprendizagem grande. Um trabalho desenvolvido em parceria com a Gwari Music e o Louie Melody. Este projecto surge da vontade no contexto de levar as pessoas a reflectir que as acções de hoje tem repercussões no futuro, repercussões essas que nem sempre vão de encontro aquilo que desejamos, uma reflexão a uma escala pessoal e social. Um consciente manifesto sobre aquilo que nos rodeia.
Como foi o processo de criação e depois de dar vida a este projecto?
O processo de criação do “2050” foi desafiante, mas natural. O álbum foi gravado entre Lisboa e o Porto onde foram criadas a maioria das tracks com participação de inúmeros músicos estrangeiros juntamente com a Gwari Music. Um processo que levou a uma aprendizagem única, sem dúvida. Desde a criação, à execução e conclusão do projecto. Este álbum é bastante importante para mim, pois foi o que me permitiu começar realmente a descobrir-me como artista, bem como aprender a desenvolver um corpo de trabalho mais extenso. Apenas um começo. Sem dúvida um processo incrível, que traz a experiência necessária para continuar a minha jornada musical de uma forma mais consciente.
Como tem sido a aceitação deste trabalho que ainda não pôde ser apresentado ao vivo?
Com os tempos em que vivemos o álbum acabou por ter mais aceitação online, uma aderência interessante e totalmente orgânica. O que nos deixa bastante satisfeitos com o resultado dentro do panorama em que vivemos. No entanto, teremos agora oportunidade de levar o trabalho para a estrada, o que será um passo mais importante neste momento. Juntamente trago algum material novo para apresentar ao massivo.
De que forma a pandemia teve impacto na tua vida artística?
A ausência de concertos afecta qualquer artista, a falta de contacto com o público e o meio que circulamos, são coisas mto importantes para o desenvolvimento do trabalho artístico. No entanto do ponto de vista da criação, a pandemia também trouxe mais tempo para reflectir e criar. Direi que teve pontos positivos e negativos sem dúvida. O caminho é em frente e há que nos adaptar às circunstâncias e continuar o trabalho. Este álbum inclusive fala-nos um pouco dessa necessidade de combater a adversidade que nos rodeia e manter o foco no objectivo.
O que podemos esperar do concerto de amanhã na apresentação do álbum?
Voltar aos palcos com a banda depois de algum tempo ausentes será um prazer e um desafio, e algo que a meio esperávamos. Diria que o nada melhor que ouvir para sentir. Será uma benção ver o massivo reunido para partilharmos um pouco daquilo que mais gostamos de fazer.
Como é regressar aos palcos? Vives muito da energia do teu público? Como foi este afastamento forçado pela pandemia?
O afastamento do público é notório que afecta os artistas bem como o meio artístico no geral. Sendo que a música é para as pessoas, ambas se complementam. Diria que é bom sempre que possível partilhar a música com os ouvintes em formato Live. O afastamento forçado foi consequência do mundo em que vivemos hoje. Algo que nunca pensámos viver e afectou a sociedade e as pessoas em diferentes níveis. Penso que ao mesmo tempo, ajudou as pessoas a reflectir e valorizarem certas coisas que outrora estavam a ficar esquecidas. Como tudo na vida, o balanço é a resposta.
Já existem planos para actuações noutras zonas do país?
Neste momento estamos a trabalhar para que possamos levar o “2050” ao maior número de locais, como por exemplo o nosso evento de amanhã na Criativa, em Carcavelos, bem como a trabalhar algumas parcerias, novas datas serão anunciadas em breve e estamos a trabalhar no sentido de colocar o projecto na estrada de forma mais intensa.